quinta-feira, 3 de março de 2016

Falar de política ou da morte aos mais novos

«Falar da morte aos mais novos? Nem pensar. Só muitas estrelinhas no céu e outros eufemismos inventados pelas queridas avós. Falar de política? Também não! Têm tempo para crescer e descobrir quão mal anda a nossa vida e quão corruptos são os nossos governantes.»
É frequente ouvir estas perguntas e respostas. Em nada me identifico com elas. Bem sei que cada criança é única e são os pais que têm de a conhecer para saber até onde podem ir. Mas também creio firmemente que adiar um problema não é nunca uma solução. Por isso, acredito que é de evitar adiar a conversa da morte e falar de política, que são dois problemas da existência humana.

Abreviando o tema da morte, recordo apenas a naturalidade com que a minha filha disse que queria acompanhar-nos ao funeral de alguém particularmente querido aos primos. Sentiu e quis ir, pois sabia que era um momento importante. Daqueles em que temos de estar com quem amamos. Mesmo que seja só para estar.
Ele, nem pensar! Só a notícia o deixou com dores de barriga e mal disposto, sem perceber porquê, e ainda a achar que o leite estava estragado (se calhar é com ele que tenho de falar mais!).

Quanto à política, temos, a par com a escola, de lhes abrir horizontes. Dar-lhes o nosso exemplo de participação, levá-los connosco às urnas (aqui quiseram ir os dois!) e mostrar esperança neles e no futuro, ainda que, para tal, se critique o passado (ou mesmo o presente).
Para isso, deixo aqui algumas sugestões, que podem ser vir de ponto de partida para estas conversas de política: o livro Vamos a votos, do José Jorge Letria, e O meu livro de política, do ex-Presidente da República Jorge Sampaio. Não resisto ainda a incluir nesta lista o original livro de ilustrações Capital, do Afonso Cruz e editado pela Pato Lógico.
Por fim, o P3 traz-nos ainda umas sugestões em português do Brasil bem divertidas. E a Rita Pimenta conversou com Clovis Levi que é o autor brasileiro que escreve sobre a morte, a sexualidade e a ditadura.
Boas conversas!
AS

Sem comentários:

Enviar um comentário