segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Leite com chocolate

Há dias, um comentador dizia que esta crise nos vai ensinar a não cometer excessos, que o chocara ouvir uma criança, na rádio, dizer que deixaria de beber leite com chocolate no café por causa da crise.

Só para chatear o senhor comentador, no sábado, peguei nos miúdos e fomos tomar o pequeno-almoço à pastelaria, bebemos leites com chocolate com fartura e comemos pão com queijo e fiambre, que eles têm gostos simples, mas se quisessem teriam comido brioches, croissants, pastéis de nata ou outros bolos. No final ainda perguntei: não querem mais nada? Vejam lá, mais um leitinho com chocolate? Não, obrigada, que estavam satisfeitos.

Beber leite com chocolate na pastelaria, no meu caso, faz com que mantenhamos o comércio local aberto, dando trabalho a duas funcionárias e à dona do café; à distribuição; à indústria do vidro; à indústria dos lacticínios; aos produtores de leite e até às vacas, que hão-de ser felizes se continuarem a ser ordenhadas. Portanto, o meu consumo faz feliz muita gente, até o nosso Presidente da República que tanto gosta de ver vacas sorridentes (e só estou a falar do leite, não refiro o pão, o fiambre, a manteiga, o queijo, a electricidade para aquecer o leite, a máquina do café onde a senhora aquece o leite, o consumo de água, etc, etc).

Enquanto puder, hei-de de consumir, na esperança de estar a dar uma ajuda ao comércio local e à indústria nacional. Enquanto puder, que não será por muito tempo porque o senhor primeiro-ministro não tem a mesma noção de Economia que eu, que sou uma consumista, e para me ensinar a não dar leite com chocolate aos meus filhos, vai levar a que os meus direitos laborais me sejam cortados. Tudo para que eduque melhor as crianças, mal habituadas.
BW

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