sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ME ameaça demitir directores que travem avaliação

Noticia o DN.
Os professores têm insistido na suspensão do actual modelo de avaliação, como insistiram na suspensão do anterior. Por vezes, o que parece é que nenhum modelo é bom. A verdade é que não há modelos perfeitos, como nenhum será consensual para toda a classe. A verdade, também, é que os directores e os professores não podem estar todos malucos, se dizem que o modelo não serve, que vai "provocar danos irreparáveis", se eles é que estão na escola e têm esta sensação, então, talvez fosse bom ouvi-los.
Por um professor de Matemática a avaliar um de Física e Química, não é a mesma coisa; como não é a mesma coisa ter um professor mais novo a avaliar um mais velho.
E se a avaliação fosse feita por alguém exterior à escola?
BW

2 comentários:

  1. "E se a avaliação fosse feita por alguém exterior à escola?"

    Não é, porque "alguém exterior à escola" teria de ser pago para fazer o trabalho que o ME insiste que os professores façam, com prejuízo daquilo que devem realmente fazer na escola.

    Aliás, há duas coisas que o ME sabe muito bem:
    1. Não tem dinheiro para pagar a supostos "avaliadores";
    2. Se colocasse nas escolas elementos estranhos a tentar pôr em prática a fantochada a que chamam avaliação do desempenho e que não tem ponta por onde se pegue, num instante se instalava a revolta e tinham outra vez cem mil professores na rua.

    Essa "revolta" ainda não estalou porque os socratinos aprenderam alguma coisa com os acontecimentos de 2008 e apostam agora numa política de dividir para reinar, dentro da qual se inscreve este modelo do "avaliem-se uns aos outros".

    E sabem que no meio disto tudo os professores portugueses se respeitam uns aos outros muito mais do que respeitam os políticos que os governam.

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  2. Seia, a meu ver, a única forma justa de avaliar os professores. Alguém completamente independente, vindo de fora, mas formado para avaliar o desempenho, ouvindo os alunos (aqueles que avaliam os professores todos os dias). A divisão em "titulares" e "outros" trouxe um clima deplorável às Escolas. Alguns péssimos professores viram-se promovidos só porque foram directores de turma, durante alguns anos e porque precisavam das horas para completarem horário, e alguns outros, dos melhores, os vocacionados, acabaram vexados. Os bons professores não têm medo da avaliação! Só que esta avaliação entre pares só provoca instabilidade e descrença, ao mesmo tempo que desmotiva, por completo, os educadores verdadeiros. A estes vai faltando tempo para ensinar e vai sobrando tempo para a burocracia e para presenciarem situações indignas.

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