quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A mãe tigre e as suas crias

Nunca puderam escolher as extra-curriculares, fazer expressão dramática ou decidir que instrumento gostariam de tocar. Aliás, só poderiam escolher um de dois: piano e violino. Uma toca piano e a outra violino.
Nunca puderam ir a uma festa de amigos que implicasse dormir fora de casa, uma pijama party tão popular entre as meninas de 10/12 anos. Nunca puderam trazer notas médias para casa.
Um dia, Amy devolveu os desenhos que as filhas fizeram para o dia da mãe porque não estavam suficientemente bons e ela merece o melhor (como qualquer mãe)!
A filha mais velha sempre acatou as decisões da mãe, a mais nova nem por isso.

Ainda nenhuma se suicidou, nem se revoltou contra este modo exigente de serem educadas. São excelentes alunas e adoram a mãe.
O modo como Amy Chua educa é exigente. Os EUA ficaram a conhecê-lo através de um livro. Nós, através da polémica que a obra tem gerado por lá. É conhecida como a "mãe tigre", uma alusão ao título do livro Battle Hymn of the Tiger Mother.
Há quem questione se aquele modo de educar é herança chinesa, Amy é americana, mas os pais são imigrantes chineses. Se naquela exigência está o segredo do sucesso da China.
O meu filho de 13 anos diz que "não" e eu tendo a concordar: A política do filho único não faz pais exigentes, mas pais que estragam os filhos, diz ele.
A exigência não é própria de uma etnia ou cultura. Há pais exigentes em todas os países, em todas as classes. A exigência não é má. Não podemos é perder o bom senso.
BW

3 comentários:

  1. Ora nem mais...Esta educaçao nao é tao exigente assim. Nem todos os pais permitem os filhos a irem a festas de aniversario mesmo que estas nao impliquem dormir fora e sejam de dia. as meninas tem direito a tocar instrumentos mesmo nao podendo escolher, e o caso das boas notas somente é para bem delas...alguns pais são exigentes numas coisas mas mais tarde estragam os filhos com outras.

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  2. "Um dia, Amy devolveu os desenhos que as filhas fizeram para o dia da mãe porque não estavam suficientemente bons e ela merece o melhor (como qualquer mãe)!"

    Barbara, eu acho que a mulher é imbecil. Mas é uma excelente CEO e devia vir nas listas da Forbes e da Wall Street Journal. As filhas serão um dia, no mínimo, astronautas ou genios do piano ou do violino (não podem tocar acordão, porque nenhum bom acordeonista aparece na capa da Time). É claro que as filhas a devem idolatrar, porque já encaixaram desde recém nascidas que a sua CEO a está a preparar para serem as melhores.

    Vibeke, não é assim tão exigente? Que seria uma mãe mais exigente? Fecharia as filhas numa masmorra para não ver outras crianças e faria queixa á policia se as filhas lhe fizessem um desenho menos do que genial para os anos? Andamos com os padrões de exigência, bem, um bocado exigentes, acho eu ;)

    Pedro

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