terça-feira, 24 de agosto de 2010

ser-se velho

"um problema com o ser-se velho é o de julgarem que ainda devemos aprender coisas novas quando, na verdade, estamos a desaprendê-las, e faz todo o sentido que assim seja para que nos afundemos inconscientemente na iminência do desaparecimento. a inconsciência apaga as dores, claro, e apaga as alegrias, mas já não são muitas as alegrias e no resultado da conta é bem visto que a cabeça dos velhos se destitua da razão para que, tão de frente à morte, não entremos em pânico. "

valter hugo mãe, a máquina de fazer espanhóis, p, 41
Num blogue sobre educação e livros, não é descabido falar da velhice. Pensei duas vezes antes de copiar esta citação. Acabei concluindo que o que muitas vezes falta é falar-se da velhice aos jovens. valter hugo mãe (e, sim, é mesmo assim sem as maiúsculas que ele escreve, tanto o nome como os livros), pela voz de um narrador de 84 anos, fala-nos desta experiência. Estou a ler e recomendo.
Ana Soares

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