segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Que viva a República!

A revolução de cinco de Outubro de 1910 tinha por base o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Queria acabar com as desigualdades, com as guerras partidárias, com a corrupção, com a falta de acesso de todos à educação e à cultura.
Hoje, Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, no discurso que marcou as comemorações do 99.º aniversário da proclamação da República, lembrou os erros da primeira república que levaram a "48 anos de obscurantismo" e alertou para a necessidade de não os repetir. Passo a citar:
"A Liberdade, a Democracia, não são aquisições perpétuas, conquistam-se no dia-a-dia. É fácil uma Democracia perder qualidade e deixar de o ser. E há muitas formas de condicionar a Liberdade, até a perder.
Não podemos voltar a cometer erros que comprometem a Liberdade e a Democracia, valores pioneiros da República. Todavia, há muito se vêm detectando derivas perigosas e desvios preocupantes: a responsabilidade, o trabalho e a exigência ética (...) foram sendo abandonados e substituídos pela lógica do enriquecimento fácil (...)"
"O sentido e o valor do trabalho, do auxílio ao outro, da entrega ao serviço público, foram deixados para trás. Só os bens materiais passaram a contar e o ter confundiu-se com o ser. "
"Numa era de decepção com a política, o voto dos cidadãos cada vez mais é dirigido contra alguém ou contra algum programa (...) do que a favor de um projecto que suscite esperança."
"A política e os políticos devem, no mínimo, assumir as dificuldades, tal como os cidadãos devem participar e não demiterem-se dessa participação. Temos, todos nós, de ser exigentes. E verdadeiros."
"Saibamos optar por um paradigma de vida e de sociedade talvez mais frugal e solidário, mas mais sustentável do que o actual, com plena solidariedade intergeracional. Quando as pessoas que servem a República são virtuosas, a República tem virtude."
"Que viva a República."
BW

Sem comentários:

Enviar um comentário